
A cozinha da filial de Londres possui uma grande mesa de jantar onde os moradores podem socializar durante o jantar. (Divulgação/Norn)
Os novos jeitos de morar preveem uma vivência compartilhada, menos individualizada, mais sustentável e com maior conexão com o outro. Nesse movimento, os espaços de coliving, onde pessoas dividem o mesmo teto porque optaram por um cotidiano coletivo, vêm crescendo – assim como os coworkings, espaços de trabalho compartilhados, que já estão consolidados no dia a dia das grandes cidades.

Paredes num tom de verde suave e pisos de madeira aquecem os quartos da filial londrina. (Divulgação/Norn)
Na Europa e nos Estados Unidos essa tendência anda a passos mais ágeis do que no Brasil. A rede de colivings Norn já ocupou seu espaço em Londres, Barcelona, Berlim e São Francisco, por exemplo. Nas propriedades, os membros podem permanecer por até seis meses, tempo em que aproveitam para trocar ideias, conviver e compartilhar.

Os membros têm acesso a uma varanda ao ar livre na filial de Barcelona, com vista para a cidade. (Divulgação/Norn)
Fundada por Travis Hollingsworth, os colivings Norn têm como objetivo promover conexões entre seus residentes, organizando reuniões sociais semanais e jantares, onde eles podem discutir assuntos diversos. O conceito do Norn foi idealizado por Hollingsworth durante sua graduação na Universidade de Stanford, onde estudou Dinâmica Interpessoal – um programa que ensina pequenos grupos de alunos a desenvolverem relações profissionais mais fortes. “Nossa visão é que tem havido tanta ênfase nos espaços físicos, mas não há discussão sobre quem está lá, o que discutimos e o que fazemos juntos”, disse Travis Hollingsworth ao Dezeen.

Candelabros dourados, sofás estampados e almofadas de veludo são alguns dos móveis vintage usados para decorar a base de Berlim. (Divulgação/Norn)
Ao escolher os edifícios para a Norn, Hollingsworth deu prioridade para prédios com arquitetura típica de cada cidade. A filial de Londres está localizada dentro de um terraço georgiano, enquanto a base de Berlim fica em um dos apartamentos em forma de L da cidade. Uma casa familiar tradicional da Catalunha abriga a filial de Barcelona, enquanto uma casa vitoriana comporta a base de San Francisco. Além das áreas comuns, cada residência também precisava ser grande o suficiente para acomodar de quatro a cinco pessoas, um bom número para garantir equilíbrio entre privacidade e sociabilidade.

O banheiro da propriedade de Berlim tem paredes vermelhas e armários de madeira ornamentados. (Divulgação/Norn)
Em vez de contratar um designer de interiores para criar a estética de cada filial, Hollingsworth e sua equipe visitaram uma série de mercados de antiguidades locais para encontrar acessórios e móveis exclusivos que poderiam ser usados para decorar os ambientes.

Tons de cinza foram usados nas áreas comuns da filial em São Francisco. (Divulgação/Norn)
Hollingsworth não queria que todos os espaços parecessem os mesmos. “Se tudo fosse primoroso e apropriado, as pessoas não se sentiriam tão à vontade e não se abririam para compartilhar as histórias de suas vidas. Mas como cada propriedade é peculiar e cheia de calor, as pessoas entram e se sentem bem para trocar ideias.”