
– (Divulgação/Punto e Filo)
Quando, em 23 de novembro de 2013, um incêndio atingiu o Auditório Simón Bolívar, no Memorial da América Latina, não foi só o projeto do arquiteto Oscar Niemeyer (1907 – 2012) que foi destruído. Ali, havia também, uma das grandes obras públicas da artista Tomie Ohtake (1915 – 2015) – uma tapeçaria de aproximadamente 800 metros quadrados que circundava o local. “Assim que soube do ocorrido, Tomie perguntou se o local havia sido completamente destruído. Ao saber que não, prontamente mostrou desejo em refazer a obra. Não houve drama, Tomie era muito prática”, conta Ricardo Ohtake, filho de Tomie e Diretor do Instituto Tomie Ohtake.

– (Victor Abex/CASA CLAUDIA)
CASA CLAUDIA esteve na fábrica da Punto e Filo, marca de tapetes e carpetes responsável por executar o projeto. Ali, a enorme peça está sendo recriada pelas mãos de cerca de 20 profissionais, com matéria prima doada pela INVISTA, e em uma única grande peça – diferentemente da tapeçaria original, que consistia de vários pequenos pedaços. A nova tapeçaria, que está quase pronta, pesa cerca de 1 tonelada e, muito provavelmente, entrará para o Guinness World Records como a maior tapeçaria contínua já feita no mundo.
A reabertura do Auditório Simón Bolívar está prevista para dezembro deste ano. Na ocasião, todos poderão reconhecer e se surpreender com a obra de Tomie, que com sua grandiosidade, deixou espantado, na época, até o arquiteto Oscar Niemeyer – que foi quem encomendou a peça para a artista. “O desafio era a palavra que a Tomie mais gostava. E ela deixou essa herança para nós. É um presentão de Tomie e Oscar para o público de São Paulo”, diz Vera Fujisaki, assistente de Tomie Ohtake durante mais de 30 anos, e responsável, junto com seu marido Jorge Utsunomiya e com o Instituto Tomie Ohtake, por validar a recriação da peça.
Confira, em vídeo, essa história contada pelas peças fundamentais na recriação da obra de Tomie Ohtake: