Apartamento pequeno, mas com muito espaço para quadros e coleções
Cada objeto, quadro ou móvel que entra no apê de 60 m² do arquiteto Maicon Antoniolli tem um significado especial e se transforma em peça de lindos arranjos
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Reportagem visual Tiago Cappi Texto Silvia Avanzi
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20 jan 2017, 15h33 - Publicado em 9 abr 2012, 19h06
Ao mudar para este apartamento de 60 m², no bairro da Vila Mariana, em São Paulo, o arquiteto Maicon Antoniolli trouxe na mudança peças de valor afetivo, quadros e muitos livros. Sem alterar a planta do imóvel, ele realizou pequenas intervenções, como a retirada do carpete e, sob ele, acabou encontrando o conservado piso de taco de perobinha. “Um tesouro, que exigiu apenas polimento para revelar sua bonita tonalidade”, diz. As portas e esquadrias foram pintadas de branco e as paredes receberam um tom off-white. Atenção especial foi dada ao projeto de iluminação, com pontos de luz indireta. “No fim, a atmosfera ficou tão gostosa que resolvi transferir também meu escritório para cá”, afirma.
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O banco, com design de George Nelson, recebe vasos, luminária (Benedixt) e o porta-treco com o formato de avestruz, garimpado em uma feira de antiguidades. Da casa da avó, veio a moldura antiga.
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A cadeira escolar dos anos 1950 (Móveis Cimo) é igual à usada pelo arquiteto no colégio. Ao lado dela, o revisteiro acomoda a coleção de porcelanas.
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Destaque para a composição de quadros, emoldurados por Mara Molduras. O banquinho mais alto é de Sergio Rodrigues. Abajur da Bertolucci e tapete da Botteh.
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Escritório do arquiteto
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Integrada ao estar, a área de refeições tem mesa de compensado naval e laminado, desenhada pelo arquiteto e executada pela Marcenaria Araucária. Cadeira de metal da Skitsch e modelo Thonet de madeira. Luminária da Lustres Yamamura com fio azul, trazido de viagem, e banquinho, da Desmobilia.
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O aparador de MDF e laca, projetado por Antoniolli, apoia imagens de santos. Na parede, foto de Tim Walker.
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Poltrona da Desmobilia, painel de azulejos da Fundação Athos Bulcão e tapete da By Kamy.
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Cadeira criada por Rino Levi (1901-1965), revestida de tecido da Donatelli, banquinho da Tok & Stok e entalhe de madeira encontrado em uma caçamba.
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A bancada da pia do banheiro, de compensado naval, ganhou acabamento de laminado azul, cor que remete à casa em que o arquiteto viveu na infância. Cuba da Deca.
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Fixadas na parede, gavetas antigas, com fundo de espelho, funcionam como prateleiras. Pastilhas da Colormix (Portoro).
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Antoniolli inspirou-se na cor de uma sala de museu para pintar a parede do quarto (ref. Musgo Roxo 50RB 20/091*, da Coral) com moldura cinza (ref. Cinza Névoa 50RR 32/029*). A cabeceira, feita pela Casa Due, permite a troca de capas. Abajur da Bertolucci, letreiro da Benedixt, foto da Arterix e gravura de Nazareno. A roupa de cama é da Ari Beraldin.
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Maicon Antoniolli, arquiteto
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Planta mostra a distribuição dos ambientes.
* Antes de comprar a tinta, confira o tom no catálogo do fabricante. A impressão da revista altera a cor original.
Como o arquiteto definiu as cores
Pouco a pouco, Antoniolli decorou os ambientes com móveis, objetos e cores. “Fui desenhando a arquitetura de interiores conforme sentia a atmosfera”, conta, citando o filósofo francês Gaston Bachelard (1884-1962), que afirma serem as sensações proporcionadas pelo espaço muito mais importantes do que o espaço em si. “Sempre busco me cercar de elementos que remetem a momentos de minha história”, diz. Um exemplo disso está no azul escolhido para o armário do banheiro. “É igual ao tom da cozinha da casa em que passei a infância.” A nuance, assim como o lilás do quarto, ainda cumpre a função de demarcar bem os espaços íntimos do apartamento, uma vez que o arquiteto mora e trabalha no mesmo endereço.
Dicas para criar pelos arranjos de quadros e objetos
Alguns recursos ajudam a organizar as peças. “A dica mais legal é sempre deixar espaços em branco entre os itens e incluir um toque lúdico para tornar a composição interessante”, diz o arquiteto Maicon Antoniolli, que ensina ainda estes segredos. Quadros: “Trace na parede uma linha imaginária na altura das portas e agrupe os quadros desse ponto para baixo. Faça um ensaio da arrumação no chão, procurando valorizar cada obra”. Objetos: “Um bom caminho é organizar grupos de itens por cor, como fiz com os vasos sobre a mesa de refeições e com as porcelanas brancas no revisteiro da sala de estar”.