Decoração do apê conta histórias através peças cheias de memória
Com a mistura, foi criada a decoração deste apartamento paulistano – uma joia dos anos 1940. Nos ambientes, cada peça revela uma história.
Por Reportagem Visual Aldi Flosi | Texto Liane Alves | Fotos Marco Antonio
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21 Dec 2016, 11h46 - Publicado em 11 Feb 2014, 17h57
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O sofá de veludo cotelê azul era dos pais da moradora. O outro veio de uma feirinha de antiguidades, assim como a mesa lateral com pés palito. Almofadas da Coisas da Doris e cortinas confeccionadas por Cora Aboim.
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Detalhe do arranjo de flores.
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Fachada do prédio na rua Rio de Janeiro, em São Paulo.
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Na parede, uma revoada de patos de porcelana da década de 1950, que a mãe de Yael tinha comprado e nunca tirado da caixa. Acima da mesa, paira um lustre dos anos 1970 e, ao redor dela, cadeiras Thonet, herdadas da avó alemã. Quadro de Renato Brancatelli.
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O bom humor está na minitelevisão dos anos 1970 e no tanque de ar amarelo, presente de um amigo. Já a poesia vem da moldura trabalhada que envolve a flor de latão e do desenho sinuoso da cadeira Butterfly. A passadeira era do avô, que vendia tapetes persas.
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O quadro azul com o número oito traz sorte e prosperidade, segundo a numerologia. Os azulejos das paredes e o porcelanato do piso revestem o espaço que era banheiro e virou cozinha.
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No escritório, peças atuais convivem em harmonia com uma antiga máquina de costura.
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A catedral russa de papel sobre a cadeira Panton é um quebra-cabeça 3D.
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Detalhe da planta na sala.
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Detalhe do arranjo de parede.
O edifício, um legítimo art déco dos anos 1940, fica numa das ruas mais bonitas de São Paulo, a Rio de Janeiro, com uma vista deslumbrante para o vale do Pacaembu. “Falo sempre que moro no Rio, de frente para o mar”, diz a figurinista e professora de cinema e moda Yael Amazonas. Porém, quando seu pai comprou o apartamento, o imóvel estava em condições deploráveis. “O piso de ipê-rosa era praticamente a única coisa que podíamos aproveitar”, lembra a arquiteta Ana Galli, responsável pela reforma e pela decoração. Abriram-se espaços, e os ambientes foram inundados de luz, formando o cenário ideal para receber os objetos de família carinhosamente conservados por Yael: quadros bordados pela avó Raya, a mesa e a bandeja de latão que pertenceram ao avô, molduras antigas presenteadas pela mãe… O passado também está nas peças coletadas em feirinhas e instituições de caridade. “A maioria dos móveis não foi restaurada – o bufê continua lascado, a mesa ainda tem marcas de copos”, conta Ana. “Adotamos o conceito japonês wabi-sabi, que, poeticamente, procura enxergar beleza na imperfeição e nos sinais da passagem do tempo”, conclui.