Mobília antiga e objetos pessoais fazem a decoração deste projeto
Com móveis pinçados em antiquários e brechós, e peças garimpadas em viagens, esta casa cercada pelo verde, no litoral do Paraná, revela um jeito especial de viver.
Por Texto Alessandra Okazaki Reportagem Visua Paulo Lagreca Fotos Marcelo Cúria
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14 dez 2016, 14h22 - Publicado em 12 dez 2011, 17h07
Perfeitamente integrada à vegetação, a casa construída na bela região de Candonga, distrito de Morretes, nasceu do sonho do designer de interiores Paulo Peruzzo em ter um hotel de charme. Há 15 anos, ele comprou o terreno de 10 mil m2 e fez uma pequena morada de lazer. Depois resolveu construir algo maior para concretizar seu projeto. “Ainda não está totalmente pronto para eu poder abri-lo ao público. Enquanto isso, aproveito para curtir este refúgio nos fins de semana”, conta Paulo. Com oito suítes e 600 m2, a obra, tocada sem pressa, levou três anos. “Fui construindo e ampliando a área conforme encontrava materiais.” Realizar esta obra foi uma experiência e tanto para o decorador. Preocupado em respeitar a cultura local, ele trabalhou com gente da região e aprendeu formas novas de explorar os materiais locais. “Não tinha razão buscar em outro lugar o que já existia aqui: mão de obra competente”, explica. “O mestre de obras, por exemplo, foi um achado, pois cuidou de cada detalhe da construção, desde a produção das janelas até os pilares de madeira, cujos troncos ele mesmo cortou e entalhou”, relembra Paulo.
Paixão pelo ofício
Desde os 20 anos, Paulo Peruzzo flerta com o design. “Fiz de tudo: produção de fotografia, cenografia e montagem de showroom até chegar à decoração”, conta. Ele prefere não se prender a estilos para ter a liberdade de decidir detalhes no decorrer da obra, baseado nas necessidades e desejos do cliente. O designer alia seu repertório profissional à intuição e à sensibilidade para a arte. “A beleza tem mil formas de ser executada”, diz Paulo.
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Os móveis e objetos pinçados em antiquários e brechós casam com a proposta da construção, criando a atmosfera acolhedora, rústica e chique. “Gosto de peças antigas pelo seu charme e história.” Na estrutura, entraram tijolos e madeira de uma antiga olaria de Morretes, da qual foi feito o deque da varanda. Redes e poltronas de madeira (Entreposto) convidam a momentos de descanso. A mesa de junco é da GS Móveis.
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Decoração, gastronomia e natureza são grandes paixões do designer. É por essa razão que a casa torna-se um refúgio tão especial, pois é o seu local preferido para desfrutar de todos esses prazeres e, sobretudo, descansar. No verão, a varanda com mesa e banco antigos (Iahn Antiquário) é palco de animados almoços. O lustre, oriundo da iluminação pública do Rio de Janeiro, foi envolto por uma trama chinesa de junco. “Aqui é onde gosto de receber e cozinhar para amigos, em meio às peças que garimpo em viagens”, diz.
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A lareira é adornada com rico entalhe de madeira indiano e ganhou a companhia do pufe de kilin.
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O vão sob a escada se tornou o canto da música e ganhou um aparelho de som vintage e CDs, além de um quadro com o perfil do pai de Paulo, feito na década de 1940.
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No estar, acima do sofá (Vila Sierra) com almofadas Aubusson, o tríptico de R. Pereira retrata a paisagem de Morretes.
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No estar, acima do sofá (Vila Sierra) com almofadas Aubusson, o tríptico de R. Pereira retrata a paisagem de Morretes.
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O designer mescla peças orientais, francesas e coloniais na decoração. A mistura traz personalidade e aconchego aos espaços. Do antiquário do amigo Iahn vem boa parte da mobília, como o gaveteiro abaixo da janela e o aparador. O cimento queimado aparece no piso da casa inteira. A coloração foi obtida da mistura do cimento com pigmento verde. “Escolhi essa tonalidade para se difundir na vegetação e dar um ar de brasilidade ao projeto da casa, combinado ao amarelo das paredes”, diz Paulo. “Sem juntas de dilatação, passa ideia de amplitude.”