No Recife, um artista abre sua colorida casa centenária
Nesta colorida casa centenária no centro de Recife, o casal recupera um passado feito de amor e alegria, ingredientes que agora temperam os jantares oferecidos pelos dois.
Por Reportagem Visual Zizi Carderari | Texto Liane Alves | Fotos Marco Antonio
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21 Dec 2016, 13h13 - Publicado em 19 Jun 2014, 17h47
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O artista plástico Rinaldo Silva e sua mulher, a jornalista Germana Accioly
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A fachada amarela da casa centenária no centro de Recife.
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Quadro inspirado no Gênesis.
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O corredor que conduz aos fundos da morada.
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Picasso, Léger, Chagall, Miró e os brasileiros Jairo Arcoverde, Iberê Camargo e Brennand fazem parte das referências da arte arrojada de Rinaldo. O ladrilho hidráulico antigo faz contraponto às telas.
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O chão de ladrilho hidráulico confere unidade aos ambientes. Vários quadros de artistas locais foram colocados na parede de tijolos, estes ainda unidos por uma mistura de areia, óleo de baleia e barro, chamada, regionalmente, de caliça. “Olhando com atenção, dá até para ver conchinhas”, diz o morador. No alto da escada, o mezanino abriga dois quartos e amplia a casa comprida, que tem apenas 8 m de frente.
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A bela toalha de renda de filé, criação de Perpétua Martins, cobre a mesa.
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O arranjo de gravuras e cerâmicas fica no corredor que leva ao quarto do casal.
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O quarto de casal nesta casa em Recife.
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O vaso florido é criação de Joana Gatis, e o bufê de madeira reciclada foi comprado de um artesão em Brasília.
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As cadeiras vermelhas (Tok & Stok) e a grande tela de Rinaldo compõem o ambiente.
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Na lateral da construção, este alpendre acolhe os amigos e ótimas conversas.
Esta é uma casa viva, cheia de movimento. Da cozinha, vem o cheirinho das receitas preparadas por Germana com modos de fazer quase extintos, como o carré de cordeiro com molho de pasta de caju, a moqueca de mariscos na palha do coqueiro e a tilápia com molho de seriguela e caldo de cana. Os pratos se inspiram nos poéticos nomes dos quadros do marido: Vento Cortante de Frente aos Olhos, Noites de Muitas Estrelas, Casal Vermelho… E, ao menos duas vezes por mês, as delícias são apreciadas em jantares sob reserva, dedicados a quem deseja ver de perto a arte de Rinaldo. “Hoje, perdeu-se o costume de visitar ateliês para conhecer artista e obra. Quisemos reviver esse hábito”, conta ele. Os encontros deram tão certo que já há lista de espera.
A infância de Rinaldo ocorreu numa rua chamada Alegria, a de trás de sua atual morada. “O tempo de criança e adolescente sempre me trouxe lembranças felizes. Por isso, minha pintura tem um toque lúdico, de brincadeira. Aqui era mesmo o lugar certo para fazer nossa casa.” A vizinhança agradece. Pouco a pouco, o local, antes totalmente degradado, contagiou-se com a presença dele e de outros artistas, que procuram se envolver na revitalização do centro de Recife. “Não nos concentramos apenas em nossa reforma, que demorou cinco anos, mas também consideramos o entorno”, diz Germana. Ela pesquisou, inclusive, toda a história do bairro, batizado Bela Vista, para servir de base à recuperação da memória dos moradores. Ato original e solidário. Coisa de artista.