Obra de Sandra Jávera, da Trapézio Galeria (Divulgação/Trapézio Galeria)
Foi por perceber que havia uma resistência ao ambiente comum de uma galeria que Samantha e Carolina Maluf, que vêm de uma família de galeristas, decidiram abrir a Trapézio Galeria, há um ano no ar. “Muitas pessoas têm mesmo receio de entrar numa galeria física ou acham que tudo nela será muito caro”, diz Samantha. “Nossa intenção foi quebrar esse gelo e mostrar trabalhos mais acessíveis. Enxergo a Trapézio como uma porta de entrada para quem quer se iniciar nesse mercado e se tornar um colecionador, por exemplo.” Na Trapézio, há cerca de 400 obras de pouco mais de 20 artistas que vão de R$ 300 a R$ 15 mil reais, entre reproduções, pinturas em papel, gravuras e provas de artista. Alguns dos nomes do acervo da galeria são Adriano Baruffi, Jaqueline Aronis, Rubens Matuck e Celso Orsini. “Também prestamos consultoria gratuita, temos um escritório aberto a qualquer pessoa que queira ver o trabalho que quer comprar fisicamente e participamos de feiras”, conta Samantha.
Obra de Bruno Palazzo, da 55SP (Divulgação/55SP)
A 55SP Galeria, que comercializa criações de Bruno Palazzo, Hugo Frasa e Felipe Raizer, entre outras, também nasceu com a proposta de ser um caminho mais democrático de arte. “Eu sempre me interessei pelo assunto, mas me parecia muito difícil ter uma galeria. Depois de uma temporada morando em Londres, onde tive contato com o mercado de edições, percebi que era possível criar um formato mais acessível para vender arte”, diz Julia Morelli, criadora da galeria, em funcionamento desde 2015. Em abril, a 55SP, que já promove mostras de seu acervo em espaços parceiros e também integra o line-up de eventos do mercado, ganha um espaço físico que irá servir tanto para exposições como para que os clientes que queiram possam conhecer as obras pessoalmente antes da compra. “Hoje, não é raro que eu leve uma obra até a casa de um cliente para que ele teste como vai ficar em seu ambiente”, diz.
Ter um espaço físico como um complemento ao consumo online se mostrou um movimento certeiro para a Urban Arts, empresa que foi pioneira na venda de artes com um viés decorativo pela internet. O site entrou no ar em 2009 e a primeira loja física foi inaugurada em 2011. “Hoje, há uma rede de franquias da marca e observamos que o consumo físico é complementar ao online. Do total de nossas vendas, 15% delas acontecem online e boa parte do restante começa primeiro no site, por meio de uma pesquisa, para só então ser finalizada na loja, onde o cliente vai para ver o trabalho já impresso”, diz Gustavo Guedes, um dos sócios da empresa. “Mas as nossas vendas no ambiente da internet cresceram 40 vezes desde 2013”, ressalta.