A lareira é a atração principal em cinco projetos intimistas
Cinco ideias de lareiras para deixar sua casa ou apartamento mais aconchegante neste inverno
Por Reportagem Visual Zizi Carderari e Olivia Canato (assistente) | Texto Silvia Gomez | Fotos Marco Antonio (ambientes) e Divulgação (produtos) Ilustrações Carlos Campoy
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19 Jan 2017, 10h57 - Publicado em 14 Jun 2012, 19h02
Da descoberta do fogo ao seu uso na ambientação
Mora em nossa memória ancestral o fascínio pelo fogo. “Supõe-se que a primeira casa do mundo tenha surgido em torno de uma fogueira, como uma construção pensada para protegê-la”, afirma o arquiteto Carlos Solano, especialista em bem-estar. Quando foi descoberto, o fogo virou um tesouro, símbolo de poder, sobrevivência e proteção. “Era visto como mágico e sagrado e a casa honrava essa condição.” Na mitologia grega, cultuava-se a deusa Héstia, representada pela lareira, como a guardiã do lar. “Ela garantia a serenididade familiar, o aconchego e as trocas no grupo”, diz Vera Couto, psicoterapeuta junguiana e estudiosa do tema. Todas essas simbologias estão preservadas em nosso imaginário, que vê até hoje no fogo um ícone de acolhimento. “A lareira convida à introspecção. Entramos em outra sintonia, que possibilita estabelecer uma troca mais rica com as pessoas”, complementa Vera. Na Europa, na Idade Média, as cabanas camponesas tinham lareiras abertas – quase uma fogueira que enchia os ambientes de fumaça, como narra o livro Em Casa – Uma Breve História da Vida Doméstica, de Bill Bryson (Companhia das Letras). Foi apenas por volta de 1330 que surgiu uma espécie de chaminé, introduzida na Inglaterra pelos normandos: nada mais do que uma escavação nas paredes com um buraco apontando para fora.
Hoje, dispomos até de modelos portáteis para passear pela casa e observar as chamas, em nossa rotina estressante, se transformou em uma possibilidade de fazer uma pausa e relaxar. “Na técnica de meditação conhecida como renascimento, criada pelo terapeuta norte-americano Leonard Orr, um dos exercícios propostos é a contemplação do fogo, que, segundo ele, promoveria a purificação das emoções”, conta Carlos Solano.
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Nas noites frias, ninguém quer sair de perto da mesa de centro, de 2,40 m de comprimento, desenhada pelo arquiteto João Armentano para o anexo de sua casa em Campos do Jordão, SP. Revestido de limestone da Mont Blanc, o móvel recebeu um recorte para acomodar a lareira da Construflama, alimentada a gás pelo piso. Pedras vulcânicas fazem o arremate e, em cada lateral, há 40 cm de largura para apoiar revistas. “Para reforçar o aconchego, usei couro, lã, madeira e tijolo”, detalha Armentano. Painéis de vidro incluem a natureza na decoração. Persianas rolô da Arthur Decor. Sofás da Artefacto B&C e banqueta da By Kamy.
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Como o apartamento dúplex fica no último andar do prédio, foi possível instalar uma lareira a lenha – o modelo mais tradicional – no imóvel. Localizada no andar de baixo, na sala principal, a caixa de alvenaria tem um duto que atravessa a laje até sair na cobertura. Repare que seu desenho nasce de uma base de 38 cm de altura, também feita de alvenaria e pintada. “Queriater um único plano visual para lareira, TV e objetos, criando uma linha harmônica para o olhar”, explica o arquiteto André Vainer, autor da obra.
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O duto de chapa galvanizada foi pintado de branco e atravessa a laje até a cobertura, avançando até 1,50 m de altura. “Além de perfurar a laje, é preciso fazer um rufo metálico para vedar esse recorte”, explica André Vainer. A caixa de alvenaria da lareira tem interior de aço revestido de tijolo refratário.
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Também pintado de branco, o duto de chapa galvanizada atravessa a laje até a cobertura e avança até 1,50 m de altura. “Além de perfurar a laje, é preciso fazer um rufo metálico para vedar esse recorte”, explica André Vainer. A caixa de alvenaria da lareira tem interior de aço revestido de tijolo refratário.
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Uma estrutura de lazer foi construída na cobertura deste tríplex, composta de uma grande sala informal e da área externa. Para tirar melhor proveito da lareira a gás, o designer de interiores Fernando Piva bolou um móvel que permite a quem está do lado de fora observar o fogo. “Mas elasó aquece a área interna. Usamos um visor de vidro temperado para fazer o fechamento”, diz. A profundidade de 60 cm do móvel revestido de carvalho foi aproveitada, no alto, com os nichos para os equipamentos.
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A visão do fogo é o charme do terraço, que tem móveis da Casual Exteriores com tecido da Regatta. Na sala, tapete da Vitrine by Casa Fortaleza e mesa de centro e poltronas da Etel. A lareira é da Casa das Lareiras.
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A instalação da TV acima da lareira exige alguns cuidados para que o calor não danifique o aparelho. Aqui, Fernando Piva posicionou a tela à frente da chama, que fica mais atrás, e revestiu a câmara de fogo de lã de rocha – um tipo de isolante térmico. A estante tem estrutura de alvenaria coberta de folhas de madeira.
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Criada na segunda reforma da casa dos anos 1960, esta lareira foi pensada de modo a não destoar do visual da construção, marcado por materiais rústicos, como pedra, tijolos e concreto. “Para a lareira, dimensionamos uma boca generosa de 1,10 m de largura, na qual o fogo fica bem aparente”, explica o arquiteto Gui Paoliello, autor do projeto. O móvel para lenha, de ferro, foi feito pela Vent-ar Lareiras. Mesa da Etel e tapete da Phenicia Concept.
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O cubo em concreto avança até a área externa. “Projetar essa parte para fora evitou que precisássemos furar a laje dos ambientes internos para passar o duto de cobre”, afirma Gui. Outra vantagem dessa solução: sobrou espaço para um estoque extra de lenha.
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Internamente, a lareira tem um miolo metálico de chapa de aço galvanizado coberto de tijolo refratário. “Cortado em filetes, o tijolo ganhou uma paginação elegante”, afirma Gui. Do lado de fora, o nicho para lenha atravessa o cubo de um lado a outro. Feito de cobre, o duto atinge 4,85 m de altura. “Ele precisa avançar pelo menos 1 m acima da cobertura para que a fumaça não retorne.”
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Quem olha este home theater, projetado pela arquiteta Zize Zink, não imagina a estrutura concebida para proteger a TV do calor. “Como o apartamento não tinha duto próprio, recorremos a uma lareira a gás e contamos com a assessoria de uma empresa de engenharia para produzir a blindagem”, diz Zize. Também pensando em segurança, ela criou um degrau de 20 cm de altura de mármore para embutir o kit da lareira e o próprio rodapé virou frontão. “A barreira é necessária em casas com crianças e animais.” O home theater tem móveis da Flexform. “Como fica voltado para o living, optei por um sofá com costas bem desenhadas”, diz Zize.
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Almofadas e mantas complementam o espaço e trazem conforto, da Olho Interni e da Missoni Home.
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Feito de nogueira-americana, o painel de 4 m de largura emoldura a TV e esconde o sistema da Víbia Engenharia para protegê-la. Foi criado um invólucro de alvenaria revestido de lã de rocha, um isolante térmico que impede que o calor alcance o aparelho. “Aproveitei o painel e criei prateleiras para os equipamentos”, diz Zize. O kit da lareira a gás veio da Construflama.
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Alimentada com etanol de cereais, a lareira portátil Eco 11 tem base de madeira de demolição de 30 x 30 cm e cúpula de vidro semitemperado. Aquece 10 m². Por 1 380 reais na Ecofireplaces. Ambiente de Vanessa Féres.
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Um efeito em 3D faz parecer real a imagem da chama da lareira elétrica Mini Cube (33 cm de largura x 20 cm de profundidade x 36,8 cm de altura). Com dois níveis de calor, custa 1 076 reais na Cia. das Telhas.
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Produzida com aço e vidro, a Toba Alta (40 cm de largura x 40 cm de profundidade x 49 cm de altura), a etanol, conta com um reservatório de 1,5 litro e aquece 20 m². Por 1,4 mil reais na Atrio Conceito.
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Abastecida a etanol, a Kos (30 cm de largura x 30 cm de profundidade x 19 cm de altura) aquece 5 m² com o reservatório de meio litro. Feita de chapa de aço, custa 1 419 reais na Fogomix.
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Na Mauna (55 cm de largura x 29 cm de profundidade x 42 cm de altura), a etanol, o charme é a base de madeira com proteção de vidro. Aquece 20 m² com o recipiente de 1,5 litro. Por 1 740 reais no Empório do Lazer.