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Respostas das superfícies, muitas vezes não planejadas, ao gesto da designer são versos essenciais na poesia de Jacqueline Terpins. Ela classifica tal diálogo travado com os materiais como fonte infinita de inspiração. “Interessei-me pelo vidro justamente por ele ser ‘vivo’, ter identidade própria. E recentemente descobri que isso também ocorre com o Corian”, conta. A paixão começou na década de 1970, quando o artista plástico Ivan Serpa lhe apresentou um vídeo sobre a técnica do vidro soprado em um dos encontros semanais de que participavam. Ela iniciou, então, seu aprendizado dentro de uma indústria moldando alças de jarras e copos de uísque. Depois, evoluiu para a produção autoral e é apontada hoje como uma das designers mais criativas do Brasil. Nos últimos dois anos, passou a experimentar o Corian, que ganha novo aspecto quando submetido a altas temperaturas. A mesa Besame Mucho é um dos resultados desses estudos. Jacqueline fala também da volta gradativa ao trabalho com a madeira, depois de um hiato longe do material. Hoje, assina modelos como o bufê Três e a mesa Brise. Sejam elas de vidro, Corian ou madeira, as peças revelam sempre uma estética elegante, precisa e minimalista. As formas – ora planejadas, ora criadas ao acaso – são como a memória de seus instantes de ação.

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1. O modelo da mesa Besame Mucho, lançada no início dos anos 1990, foi recentemente reeditado com Corian.
2. Pufe Centopeia, de 2010.
3. Feita de vidro soprado, a peça Gelado data de 2005.
4. Das recentes experiências com madeira, surgiu a mesa de traços minimalistas Brise, em 2012.