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Aos 10 anos, Joaquim José Alves se divertia, no recreio da escola, esculpindo animais em lápis e giz com um pedaço de lâmina de barbear. O tio, mestre Dezinho, o santeiro mais famoso do Piauí, ao descobrir o dom do menino, chamou-o para morar com ele a fm de ensiná-lo o ofício de artesão. “Ele me preparou. Fui observando seu trabalho e, em poucos meses, já fazia peças de 40, 50 cm”, recorda-se. Com a morte de Dezinho em 2000, o rapaz assumiu a oficina, instalada nos fundos da casa em que o famoso santeiro viveu por 30 anos, no bairro de Vermelha, em Teresina. Diferentemente das figuras do mestre (que também virou sogro), as do sucessor têm semblante refinado e olhos grandes. “O acabamento dele é primoroso. Torço para que se distancie cada vez mais da influência do tio”, afirma o empresário piauiense Luiz Fernando Dantas,um amante da arte popular. “Meu sonho é ver minhas esculturas todas juntas”, diz Joaquim, que calcula ter cerca de 3 mil espalhadas pelo mundo.

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