
A tapeçaria que retrata o quadro A Feira, de Tarsila do Amaral, e o tapete vermelho são da By Kamy. Mesa (12 mil reais) e cadeiras de jacarandá (2,8 mil reais, cada uma), assinadas por Geraldo de Barros para a Unilabor (Loja Teo). Na página ao lado, mesa lateral de caviúna e pau-marfm do antiquário Thomaz Saavedra. (Marco Antonio/Revista CASA CLAUDIA)
As linhas racionais explicam o sucesso do design modernista no décor atual: o visual leve e essencial das peças é perfeito para os espaços enxutos de hoje. Mas, além disso, o estilo também resgata um momento histórico importante. “Ele representa a nostalgia de um período em que a identidade do país era construída com uma linguagem própria e vibrante”, diz a professora Maria Cecilia Loschiavo dos Santos, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP.

Logo na entrada, o jardim tropical exibe espécies como mandacarus e bananeiras, plantadas na época da construção da casa. (Marco Antonio/Revista CASA CLAUDIA)

Quadro e escultura do artista Ricardo Becker na casa modernista projetada por Gregori Warchavchik. Hoje, o neto de Gregori, o arquiteto carlos Eduardo Warchavchik, mora no local. (Marco Antonio/Revista CASA CLAUDIA)
O movimento está diretamente ligado ao início da industrialização no Brasil. “Houve um processo de modernização da cultura, com uma série de experimentações visuais, e, na década de 1930, a onda ganhou mais força”, explica Tatiana Sakurai, que também é professora da FAU -USP.

Escrivaninha LBB (22 105 reais) e cadeira Auditório Masp (3 875 reais), criadas por Lina Bo Bardi e à venda na Etel. (Marco Antônio/Revista CASA CLAUDIA)

Gravura de Tarsila do amaral (Mônica Filgueiras Galeria de arte) e luminária da La Lampe. (Marco Antonio/Revista CASA CLAUDIA)
Primeiro, o modernismo aconteceu na arquitetura – a casa modernista da Vila Mariana, em São Paulo, construída por Gregori Warchavchik em 1927, é considerada o marco inicial desse estilo. Dois anos depois, o arquiteto desenhou também a residência da Rua Itápolis, no Pacaembu, onde algumas fotos deste ensaio foram feitas.

A poltrona Adriana, de Jorge Zalszupin, foi desenhada em 1962 e passou anos na garagem do arquiteto. Só em 2011, a peça foi descoberta por sua flha, Verônica. (Marco Antonio/Revista CASA CLAUDIA)
“Os dois projetos serviram como modelo de moradia urbana e compacta para a classe média que surgia na época”, conta o arquiteto Carlos Eduardo Warchavchik, neto de Gregori. No design, o movimento chegou um pouco mais tarde, em 1940, quando Joaquim Tenreiro produziu o mobiliário para uma casa de Cataguases, em Minas Gerais, assinada por Oscar Niemeyer.

Poltrona Triangular (11 678 reais, na Etel), de Jorge Zalszupin, e obra Reação em Cadeia, de Luiz Hermano (Galeria Lume). (Marco Antonio/Revista CASA CLAUDIA)
A partir daí, as formas rebuscadas e os tecidos pesados foram deixados de lado em favor de linhas mais simples e materiais leves, como a palhinha. Depois de Tenreiro, surgiram outros mestres, como Sergio Rodrigues, Jorge Zalszupin e Zanine Caldas. Pura inspiração sem prazo de validade.

Tapeçaria dos anos 1960, assinada pelo artista VAC, banquinho de madeira de Zanine Caldas e aparador da Móveis Cimo. Poltrona da Branco e Preto e sofá com estrutura de jacarandá do Liceu de Artes e Ofícios. Tudo do antiquário Thomaz Saavedra. (Marco Antonio/Revista CASA CLAUDIA)